A oração é uma necessidade na vida de todo cristão,
mas nem todos estão atentos a essa verdade. A natureza humana não é propensa à
oração, isso em virtude do senso de auto-suficiência. No estudo desta semana,
destacaremos a importância da oração através da qual desenvolvemos nosso
relacionamento com o Senhor. Inicialmente, abordaremos a prioridade da oração
na agenda do cristão, em seguida, a importância desta no desenvolvimento do
relacionamento com Deus, e ao final, a achegar-se com confiança diante do trono
do Senhor.
Vivemos em um mundo repleto de atividades, uma se
sobrepõe à outra. O corre-corre da vida impossibilita o crente a buscar a Deus
em oração. Mas não era assim no princípio, no Gênesis está revelado que o ser
humano desfrutava de amizade com Deus. Depois da Queda, o sentimento de
auto-suficiência passou a ter prioridade na conduta humana. A agitação da
modernidade também favorece a ausência de oração. Nos dias atuais, dominados
pela tecnologia, as pessoas estão deixando de orar. O fazer está se sobrepondo
à oração. É evidente que precisamos agir, mas toda ação do crente pressupõe
oração. Lutero costumava dizer que deveríamos trabalhar como se todo trabalho
dependesse de nós e orar como se tudo dependesse de Deus. Nesse contexto do
fazer, os cristãos estão deixando de separar momentos especiais para a oração:
de madrugada, antes das refeições, ou antes de dormir (Sl. 63.1). A
materialismo filosófico e o liberalismo teológico contribuíram para essa
“apostasia na oração”, pois fomos instruídos, por esses pensamentos, a depender
exclusivamente do poderio humano. Essa lógica leva à apostasia, e, na verdade,
toda aposta se inicia pela falta de oração. A oração não pode ser um apêndice
na vida cristã, ela precisa ter prioridade, a hora silenciosa para a oração e
meditação na palavra deva ter primazia na agenda do cristão.
A oração é o
meio pelo qual desenvolvemos nosso relacionamento com Deus. Ela é uma
disciplina cristã, por isso, precisa de treinamento contínuo, tal como a de um
atleta (I Co. 9.25). É importante que o cristão tenha um tempo reservado para a
oração, ainda que esse seja inicialmente de apenas 15 minutos diariamente, e
deva ser persistente em tal prática. Esse é o momento de trocar as nossas
forças pelas forças de Deus (Is. 40.31). O ideal é que o crente associe a
oração à leitura da palavra (I Sm. 3.21), meditando em algum texto da
Escritura, pedindo ao Senhor que se revele por meio dela. Esse é um período
para digerir a Palavra de Deus, deixando que ela seja alimento (Jr. 15.16).
Alguns cristãos adotam a prática de fazer anotações: data, passagem lida,
aplicações e o motivo da oração. Outra opção é a utilização de um livro
devocional diário, com textos bíblicos e meditações aplicativas, sem esquecer
da oração. A relevância da oração não está naquilo que iremos receber da parte
de Deus, mas no fato de estarmos na presença dEle. Jesus nos dá esse exemplo maior,
pois Ele, enquanto homem, nos ensinou a depender do Pai e a buscar desenvolver
nosso relacionamento com Ele (Mt. 1.35-39). O encontro de Jesus com os
discípulos, no caminho de Emaús, revela a importância do relacionamento com
Deus (Lc. 24.13-16). Na jornada cristã, precisamos da companhia de Cristo, Ele
é Aquele que nos livra das inquietações do cotidiano (Hb. 4.16; Fp. 4.6,7)
Jesus é o
fundamento da oração cristã, na verdade, podemos nos achegar ao Pai com confiança
porque Ele é o mediador, Seu sacrifício perfeito nos oportuniza o acesso a Deus
em oração (Ex. 30.7-10), por meio da Sua graça (Hb. 4.14-16), e auxílio bem
presente (Rm. 8.34; I Jo. 2.1-2). A confiança se concretiza através da
sinceridade, por isso, devemos orar cientes de que Deus pode nos socorrer (Sl.
139.1; I Cr. 28.9), perdoar os pecados, contanto que quebrantemos nossos
corações perante Ele (Sl. 51.10,17), que não sejamos hipócritas tal como o
publicano (Lc. 18.13). Na oração também podemos apresentar nossas queixas
perante o Senhor (Sl. 44.23-24). A esse respeito, disse um pensador judeu: “o
judeu pode amar a Deus ou lutar com Ele, mas não pode ignorá-lo”. Não tenhamos
receio de apresentar nossas angústias diante de Deus, esses também são modos de
oração, experimentados por homens de Deus, tal como Abraão (Gn. 18.23-33) e
Moisés (Ex. 32.12,14). Mas a oração é também uma oportunidade para a rendição,
isto é, de acatarmos a vontade soberana de Deus para as nossas vidas. Alguns
crentes não oram porque têm receio de se dobrarem à vontade de Deus (Jo. 4.34;
Rm. 12.1-3). É por meio da oração que nos achegamos em gratidão por tudo que o
Senhor nos tem feito (ou deixado de fazer). Deus sabe sempre o que é melhor
para cada cristão, por isso, enquanto a resposta não vem, devemos confiar nEle
(Sl. 100.4), agradecer pela Sua providência (Ef. 5.20) e reconhecer a Sua
soberania (Sl. 113.1-3).
A oração é fundamental na vida de todo crente. Não
apenas para recebermos as bênçãos de Deus. A importância central da oração
repousa na oportunidade de desenvolvermos um relacionamento contínuo com nosso
Pai Celestial. Enquanto oramos, independentemente do modo como Ele responde,
devemos confiar em Suas promessas (Fp. 4.6,7), que é o antídoto contra toda ansiedade
(Sl. 4.8) e a certeza da Sua presença diante das adversidades (Fp. 4.9). PENSE
NISSO!
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