Aviva
o Senhor a tua obra Hc 3.2
O
clamor por um avivamento foi a tônica de sua mensagem. Diz o texto que a
palavra trouxe-lhe temor e, como resultado desta atitude, ecoou do profundo do
seu coração o clamor por um derramar do Espírito sobre a nação de Israel, que
precisava, urgentemente, ser despertada e voltar-se inteiramente para Deus. E
isto só viria a acontecer caso houvesse um mover de Deus: o avivamento.
Diante
disso, quero, nesta oportunidade, fazer algumas colocações sobre alguns
significados do avivamento de Deus para o seu povo.
Despertar-se do sono
Comecemos
por esta afirmativa fundamental: avivar-se significa despertar-se do sono da
frieza espiritual. O profeta pediu avivamento porque Israel precisava acordar.
Seus líderes estavam dormindo o sono do comodismo e da inércia espiritual. Ele
sabia que o povo havia pecado e, consequentemente, seria julgado e condenado.
E, por isso, pede para que Deus apareça entre o povo com uma nova manifestação
de poder, por meio de sua graça e de seu Espírito. Somente assim eles seriam
perdoados e salvos.
O
apóstolo Paulo, escrevendo aos crentes de Roma, exorta-os dizendo: “...é
hora de despertamos do sono, porque a nossa salvação está, agora, mais perto de
nós do que quando aceitamos a fé”, Rm 13: 11. Quer dizer: ele apela aos
cristãos e os desafia a uma vida cristã ativa e de trabalho cristão. No verso
12, quando diz que “a noite é passada e o dia é chegado”, cria na volta
iminente de Jesus um fator motivador para permanecermos acordados na vida
cristã: Jesus está vivo e vai voltar para buscar a igreja.
À
semelhança do profeta Jonas que, em razão de sua desobediência a Deus, dormia
um profundo sono no porão do navio, Jn 1: 5, muitos estão fugindo da presença
do Senhor e estão dormindo espiritualmente nos porões da tristeza, da frieza
espiritual, da negligência, do comodismo e da desobediência. A estes, a Palavra
de Deus está dizendo todos os dias: “Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te
dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá”, Ef 5:
14.
Atitudes de protesto
O
grito de protesto do profeta Habacuque por um avivamento está marcado neste
texto por sua coragem ou destemor ao dizer com fé: “Aviva, ó Senhor, a Tua
obra”. O profeta estava reclamando contra todas as atitudes erradas de sua
nação. O mau comportamento desse povo era uma afronta ao verdadeiro Deus. E,
com temor no coração, ao ouvir a Sua palavra, o profeta não vê outra
alternativa a não ser um real avivamento para varrer do meio do povo todo
pecado.
Os
dias atuais são difíceis e tenebrosos, porque o mundo jaz no maligno, Jo. 5: 9.
Não dá pra ser crente frio e conformista, Rm 12: 2. Precisamos protestar contra
a frieza espiritual que procura assolar a igreja de Jesus na terra. A Igreja
Presbiteriana Renovada nasceu no fogo do Espírito Santo. Ela é fruto de
avivamento. E o fogo santo queima pecado, mundanismo e todo tipo de atitude
inconveniente que queira impedir o avanço da obra de Deus.
Não
podemos ficar calados. Se assim o fizermos, diz a Bíblia que as pedras
clamarão, Lc 19: 40. A ordem bíblica é protestar contra as atitudes do nosso
adversário com a autêntica proclamação do evangelho. Este protesto precisa ser
imperativo e contextualizado, pois o próprio Jesus disse: “Ide por todo o
mundo e pregai o evangelho a toda criatura”, Mt. 16: 15. A Palavra de Deus
afirma que não há tempo a perder: “Convém que eu faça as obras daquele que
me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”, Jo
9: 4.
Para
protestar contra o pecado não é preciso sair às ruas com faixas e bandeiras,
mas é possível fazer isto em oração, em consagração e jejum a Deus. A atitude
de protesto da igreja pode ser demonstrada por de meio da qualidade de vida
cristã, isto é, uma vida ordeira e orientada pela Bíblia Sagrada.
Comprometimento com o reino
Em
sua oração, o profeta roga a Deus para que, nos tempos de aflição e angústia, a
sua misericórdia seja lembrada, porque sem ela o povo iria perecer no pecado. A
compaixão divina era a porta de retorno a uma vida de reconciliação e,
posteriormente, reafirmação de um autêntico compromisso cristão. E está claro
nas palavras do profeta que o avivamento traçaria este caminho e o poder de
Deus levaria o povo à conscientização e tomada de uma posição coerente com os
princípios de Deus.
Costumo
dizer que vida cristã traduz-se por comprometimento com o Reino de Deus; viver
o que cremos e pregamos e uma volta aos dias da Reforma e aos ensinos do livro
de Atos. É também vida no Espírito, Gl 5: 25; vida frutífera, Jo 10: 10 e 15: 5
e vida de serviço ao Reino de Deus. Jesus disse que ninguém que lança mão do
arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus, Lc 9: 62. Crente avivado
tem como prioridade pensar nas coisas que são lá do alto, Cl 3: 2.
Aprendemos
pela Bíblia que vida com Deus é vida plena de submissão e fidelidade a Ele. O
crente comprometido com as coisas espirituais não tem tempo para aquilo que não
é de Deus, porque o fogo do Espírito Santo está constantemente aceso em seu
altar (sua vida). Jesus disse que quem quiser ir para o céu deve tomar a sua
cruz e segui-lo a cada dia, Lc 9: 23. Somente uma vida avivada e cheia do
Espírito Santo poderá suportar as provações e as tentações deste mundo.
Jesus
é o maior exemplo de vida comprometida com o Reino de Deus. Quando estava sendo
julgado, afirmou com convicção: “.O meu Reino não é deste mundo...”, Jo
18: 36. De fato, a igreja precisa estar ciente de que a sua tarefa neste mundo
é ser sal da terra e luz do mundo, e que ela está no mundo, mas a ele não
pertence: “Não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal”,
Jo 17: 15.
Que
a oração do profeta Habacuque seja a constante oração da igreja, e que a frase
“Aviva, ó Senhor, a tua obra...” Seja o nosso lema
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